M-E-D-O
É. Eu quero acreditar, eu quero pensar, eu torço-me e torço a minha alma e o meu pensamento para acreditar que alguma luz há-de aparecer e guiar-nos até ao nosso círculo de luz. Eu faço de tudo e tento. Mas depois são todos os momentos assim. O tempo a (não) passar e tudo a ficar sempre (ainda) pior. Eu quero mas não sei se consigo. E é tão difícil querer acreditar quando não há nada que nos mostre que poderá ser possível. E o medo que eu tenho? E o pânico que me assalta? E tudo junto a dar cabo de mim? E tantas histórias que não acontecem como as pessoas queriam? É tudo tão angustiante que já não sei nada. Resta-me pensar que tenho que me agarrar ao 0.0000001% de esperança que ainda sobra. E fazer tudo, até o pino se preciso for, para que este ínfimo pedacinho de irrisória esperança que ainda cá tenho não seja levado também pela escuridão. É tudo o que resta, e quando nem isso restar já aqui escrevi: raios me partam! E me levem, que não quero contar a história. E é sempre o medo. O medo porque tudo pode correr tão mal, mas tão mal, e de tantas maneiras, que não sobra nada.