Mistura
Desde a última vez que cá escrevi já se passaram alguns dias. Posso até dizer que a minha vida já deu algumas voltas. Não as que quero. Não as que preciso. Apenas algumas. Só algumas. E eu nem sei que sinta, nem sei que pense, nem sei que faça. Tenho de as receber. Tenho de tentar fazer o melhor que conseguir dentro daquilo que quero e daquilo que posso.
E tenho momentos de tudo. Ás vezes sinto-me num filme irreal de terror que não tem fim. Às vezes acho que tudo o que possa fazer será em vão porque parece que quando o mundo está contra aquilo que queremos não há força que resista. E aqui desmoralizo, deprimo, afundo e não quero estar na minha pele. Não quero continuar. Não quero, tampouco, imaginar que isto poderá continuar. Não quero ser eu. Outras vezes acho que tudo está e tudo poderá correr tão, mas tão mal, que só poderá correr bem. Assim, de forma irónica. Afinal já percebi que a ironia da vida pode tudo. E aí entro em modo fé-optimismo-esperança, e tudo-acaba-bem-e-se-não-está-bem-é-porque-não-acabou, e 2013-é-um-ano-de-vai-ou-racha-e-rachar-mais-é-imossível, e Maio-é-um-mês-de-Maria-e-de-fé, e Agosto-pode-ser-sempre-uma-surpresa-ou-não-fosse-um-mês-meu, e Outubro-pode-ser-ironicamente-especial, e Dezembro-será-Dezembro-ou-não-fosse-este-ano-um 13. E ainda-vou-ser-estapafurdiamente-feliz-no-meu-aeroporto-este-ano-13. E um-ano-que-começa-com-neve-e-lágrimas-só-pode-acabar-com-sorrisos-e-sol. E é por isto que (ainda) me levanto todos os dias. É por isto que ainda acho que vale a pena meter gasolina para fazer os mínimos e continuar o caminho, ainda que na reserva. E é por isto que ainda me arrasto pela estrada desta vida que não escolhi. Nestes momentos penso que ainda tenho de acreditar. Que ainda devo isso a mim própria. E é esse modo que meto na cabeça. E depois ainda tenho outro "às vezes". Às vezes penso que este modo é a maior parvoíce. E sinto-me estupidamente ingénua. E penso que se isto não for verdade (como é mais certo) me sentirei ainda mais defraudada. Ainda mais afundada. E logo depois penso que nada pode ficar como antes. Mas também nada pode ficar como está agora. E já não sei o que pensar.
Penso só que a ironia da vida e todas as leis de "compensação" do Universo farão o seu trabalho. Que o 13 é um número de fé, esperança e impossíveis. Que tudo ficará bem quando acabar bem. E que se não está bem é porque não acabou ainda. Que eu mereço esse (re)começo/final feliz. Nós merecemos. Que assim como tudo se vai tudo se vem. Que terei -teremos- sempre, cada nosso anjo-da-guarda e duas-mais-duas estrelas do céu, e que juntos nos guiarão até ao "acabar bem".