O filme é bonito, mas não foi por isso que fiquei conquistada. Aquilo que me marcou foi a reflexão que o filme nos convida a fazer sobre como a história de alguém, ou de duas pessoas, pode acabar de formas tão diferentes. É incrível como "os finais" podem ser tão diferentes e apenas porque a determinada altura do caminho houve um gesto, um pensamento, um dia, uma atitude em que as pessoas, sem terem consciência e de forma involuntária, mudaram o futuro por inteiro. O filme dá-nos um final mas mostra-nos que o final poderia ser outro e, caramba, isso é coisa que, fazendo uma transposição para a vida real, me deixa a pensar sobre aquilo que tenho andado a fazer e que quero fazer. Claro que há a vida, o trabalho, o dia-a-dia, as pessoas que se cruzam connosco, os amigos e todo um mundo que nos acontece todos os dias e não depende de nós. Há também o fado, destino ou o que se quiser chamar e esse pode explicar também muita coisa. Acho que só escrevi isto porque me parece que as pessoas, quando são novas, conseguem ser tão parvas que estragam sempre tudo e estragam sobretudo o amor. E sim, merecem um par de estalos por isso. E depois um dia, e foi isto que mais me tocou, entram num sítio e sem imaginar reencontram-se consigo, com o amor e com o passado e percebem que é tarde demais. Afinal escrevi este texto porque acho que essa deve ser das piores sensações do mundo, fazer asneira no amor e perceber tarde demais... pior ainda quando já há outra(s) pessoa(s) pelo meio que são inocentes e alheias à história.