Ao último dia, chim-chim
Amanhã é o último dia em que me levanto e me sento naquele auditório. É o último dia, provavelmente, em que tenho aulas naquela escola, com aquelas pessoas e aqueles professores. O último. Não sei como é que isto aconteceu, mas passou demasiado rápido. Quatro anos. Nem tenho tempo de pensar nisto tudo, caramba, mas foi tudo simplesmente espetacular. Ainda ando demasiado ocupada e ainda tenho provas a fazer, mas amanhã é o último dia destes quatro anos e (também) do resto da minha vida. Amanhã encerro quase definitivamente este ciclo e tudo o que isso significa. Foram horas infinitas de salas e auditórios, aulas e aulas, professores e professores. Algumas aulas esperecaulares e alguns professores fascinantes, outros nem tento. Foi incrível e valeu tudo a pena. Tudo vale a pena se a alma não é pequena, já dizia Pessoa. Tudo valeu ainda (muito) mais a pena pelas pessoas espetaculares que fizeram parte deste ciclo e estiveram também em todos os auditórios e aulas comigo. Não tenho sequer tempo nem cérebro para viver isto realizando que é uma despedida, mas é por isso que tinha de ficar escrita. [Sim, só me faltava tê-los cá para ser perfeito. O melhor de dois mundos.] Para sempre como durante estes quatros anos, o segredo é ir. Ir sem olhar e ir. Ir sem pensar e ir. Porque o caminho, esse, só se faz caminhando. Só se faz a ir.