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Manga Lima

Manga Lima

31
Jan18

Janeiro que passa

Manga Meia-Loira

Não, não aconteceu nada de especial neste mês. Comecei o ano do outro lado do mundo, com choradeira pelo meio e a estudar. Voltei "atordoada" com tudo, fiz um teste, fiz um trabalho, recebi notas, tive consultas, chorei e ri. Tive uma conversa que, espero, tenha sido a primeira de uma nova vida numa tarde deste mês naquele centro comercial. Ouvi algumas coisas sobre o (des)amor que me deixa sem chão e falaram-me em tempo. Estive com as minhas amigas muitas vezes. Estive com os meus amigos de cá. Voltei a ser apanhada de surpresa por um comentário que mais uma vez me deixou aparvalhada. Pensei - penso sempre - demais na distância da família e no quanto tudo me seria mais fácil se eles estivessem cá. Pensei - penso sempre - demais (e muito mais que aquilo que queria) nele e naquilo que ele sentirá ou quererá. Sobre ele e sobre o tempo, que foi a palavra que usaram, a verdade é que dói. Dói não saber, dói não ter certezas, dói vê-lo, dói ouvi-lo... só quero, mais do que tudo, que haja um momento em que ele fique entre a espada e a parede e se explique de uma vez por todas. Por mais duro que possa ser para mim, nada é pior do que viver com o "se". 

22
Jan18

(Só?) Amigos

Manga Meia-Loira

Não sei o que escrever ou como escrever. Aliás, a minha expressão em relação a ti é "não sei". Não sei mesmo nada. Não sei como ou quando é que isto começou. Não sei porquê nem sei o que isto é para ti, se é que é alguma coisa. Já nos conhecemos há tantos mas tantos anos, caramba! Nem sei desde quando, só me lembro de te conhecer da escola básica e de no nono ano nos termos cruzado uma vez ou outra. Depois estávamos a fazer a matrícula e descobrimos que estávamos a escolher a mesma área na mesma escola para o ensino secundário. E calhou de estarmos na mesma turma. Mal eu imaginava (acho que não imaginava, não sei) que dali ia sair um grupo de amigos no verdadeiro sentido de grupo e de amigos, e que tantos anos depois continuaríamos a ser amigos. E sempre fomos amigos e sempre conversamos e era só isto e estava tudo bem, acho. Sempre fomos tão diferentes em tudo! Íamos estando juntos e conversando, sempre em grupo, mas só isto. Sempre tivemos cada um a sua vida. Duarante o secundário e depois. Seguiu-se a universidade e continuamos a ter cada um a sua vida e a ser só amigos, e esteve sempre tudo bem. Tudo muito claro na minha cabeça, como sempre. Até porque podíamos estar semanas sem nos vermos ou falarmos e sem problema algum. Depois há a vida de cada um: eu nunca fui muito rapariga de namorar ou de pensar em ter uma relação. Sempre fui tendo coisas mais importantes para fazer e isso foi ficando (fica?) sempre para trás. Tu sempre foste exatamente o contrário, e para além das relações mais sérias que tiveste foram muitas as outras raparigas com quem andaste, e isto falando só daquelas que eu sei. E sempre vivi bem com tudo isto: éramos amigos, parte de um grupo de amigos, e tudo muito bem. Até que depois não sei o que foi acontecendo. Não sei como nem quando nem porquê. Sei que houve um aniversário teu em que íamos pela rua e acho que foi aí, já eu estava no segundo ano, que fizeste o primeiro comentário que me deixou a pensar duas vezes. Sim, foi aquele "és uma gata" de que não estava à espera. Mas isso passou-me quase logo e tudo continuou. Depois há aquele "se ele é parecido comigo devias casar com ele". E aquele "ai agora vamos sozinhos". Sei também que foi nessa altura que me disseste que o nosso amigo tinha razão quando dizia que nos dávamos muito bem.. e eu disse que isso era muito fixe. Depois há o momento em que assumes que tens uma namorada. E fiquei a pensar duas vezes mas acho que fui sempre ultrapassando tudo. Na verdade não sei, as coisas foram simplesmente acontecendo e passando e tiveste (e tens) sempre a capacidade me deixares aparvalhada. Pouco depois de teres começado a namorar voltaste a ter atitudes que me baralharam. Estávamos de férias e disseste "não sei porque é que não te declaras a mim", "encaixamos perfeitamente, sabes?" ou o facto de teres deitado a tua cabaça no meu colo. Depois há o jantar de natal do ano passado, lembras-te? Devias, porque eu não me esqueço da tua atitude quando te sentaste na minha cadeira ou daquela foto. E há o meu jantar, e o momento em que eu andei à roda. E há, e aqui é que eu caí na realidade, aquele fim-de-semana na praia. Sabes, cinco meses depois ainda não sei nada.. não sei o que aquilo significou para ti, o que aqilo significou para nós, o que foi aquilo. Sei que quando percebeste que eu tinha bebido vinho quiseste muito testar se eu queria alguma coisa contigo mas não sei porquê nem o que querias fazer com isso. Sei tudo: sei que saíste comigo do prédio, fomos ter com dois amigos que já tinham saído, e continuamos pelo passeio. Tu a quereres ir sempre comigo à frente dos nossos amigos, tu a íres já a meio da rua e a dizer que íamos dormir juntos (a sério? porquê quando sabias que não?), tu a insistires nisso e a dizer que íamos acabar juntos. Depois, já perto da piscina, tu a insistires e a perguntar se eu queria ter alguma coisa contigo.. não percebi. Querias o quê? Que eu dissesse que sim? E se eu tivesse dito que sim? E se eu, na loucura, te tivesse espetado com um beijo? O que é que tu ias fazer? O que é que tu ias dizer? E a tua vida e a tua namorada? E sabes o que é que foi pior em toda aquela noite? Foi depois antes de virarmos para o prédio eu a dizer que já devíamos estar a dormir há muito e tu a dizeres que só de me ouvir dizer isso o teu coração até saltava. A sério? Agora que escrevo isto só me apetece dar-te um estalo.. ou torcer-te o pescoço. Porquê aquilo? Porquê aquilo quando somos amigos há tantos anos? Porquê aquilo quando tens namorada e sabes que não aconteceu nem ia acontecer abslutamente nada entre nós? Todos os momentos daquela noite me estão atravessados porque não tenho respostas. Sim, tenho vontade de me zangar contigo só de pensar nisto e na forma como consegues criar este tipo de situações. Se o objetivo é deixar-me a pensar ou fazer-me sentir louca então parabéns, consegues sempre. Mas não, isto não acabou ali.. nem por eu ter ficado aparvalhada com tudo e ter dito que não queria nada contigo. Depois vem o meu aniversário e lembras-te de me dizer que podíamos ter um filho e que até ias comigo para outra cidade qualquer viver... ou começar uma vida a dois. E não ficamos por aqui porque há sempre algo que fazes ou dizes que me deixa a pensar.. e sempre diferente para me apanhar de surpresa. E sempre que os nossos amigos falam do fim-de-semana na praia e tu foges da questão a brincar? Não sei. É sempre esta a expressão, "não sei". Não sei como nem quando começou, sei que nos últimos tempos isto me deixa completamente confusa e baralhada. E a somar a isto, ainda há aquela tua mania de insistir que eu não sei cozinhar e não sei fazer tarefas domésticas e não sei fazer nada disso. E tu a dizeres que não querias ter uma mulher assim (a sério que achas normal dizer-se isso entre amigos?) E tu a insistir que eu devia arranjar namorado, e tu a perguntares se te ando a trair e esse tipo de coisas. E sabes o que mais me irrita? Não conseguir confrontar-te, não conseguir ser assertiva como consigo ser em tudo o resto, não conseguir fazer, pelo menos, o que tu fazes. Porque fico sempre só abananada. Se tens namorada e gostas dela, sê feliz, a sério, mas deixa-me em paz. Se está tudo bem, deixa-me em paz, deixa-me viver a minha vida e seguir o meu caminho. Não brinques, não interfiras, não testes, não faças nada. Não sei o que queres, não sei o que sentes, não sei o que quero, não sei o que sinto. Sei o que queria: que nada disto tivesse acontecido e eu estivesse em paz contigo. E sabes o que é pior? É que isto só tem duas explicações: ou têm sido uma brincadeira de muito mau gosto, e não mereces nada de mim e és uma pessoa horrível se isso for verdade, ou então sentes alguma coisa e tens feito tudo errado, até porque tens namorada. Até posso perceber que seja muito difícil ter alguém e achar que se pode gostar de outra pessoa, muito mais quando até há um grupo de amigos pelo meio, mas eu não precisava de mais isto a chatear-me. Não precisava mesmo. E nesse sentido, já me tens magoado muito mais que aquilo que eu algum dia imaginava. Muito para lá de tudo. Já magoaste, já magoas.. mesmo que não queiras. Magoas com a tua presença, magoas com tudo o que dizes, magoas com tudo o que fazes. Magoas mesmo que não faças ou não digas nada. O que mais me irrita é que não me consigo zangar contigo... ou pelo menos ainda não consegui... e na verdade também não queria. Só queria que isto se resolvesse em paz, seja como for que se resolva. 

18
Jan18

17 de Janeiro de 2012. 6 anos depois.

Manga Meia-Loira

Fez ontem seis anos. Andei ocupada e por isso não escrevi. 6 anos desde que partiste e desde aquele ano marcado a ferros em que tudo se partiu para mim e em nós. Tu foste, o teu amor foi ter contigo, e a vida arranjou maneira de virar tudo do avesso no tempo que se seguiu. Naquela altura eu ainda era eu com o sonho de estar quase a chegar à universidade e da família perfeita. E continuei a ser, e ainda bem. Uns meses depois tenho a candidatura feita. E a entrada dada por garantida. E depois cai tudo, cai-me o chão e o céu e são eles a dizerem-me que vamos mudar de país. São eles a arrancarem-me a ferros e sem aviso todos os sonhos com aquela ideia. E os dias vão passando e eu fico a ver o tempo passar, incrédula. E o verão vai correndo. E o mundo continua a girar como sempre. E tudo a girar com ele. Não, nada foi aquilo que eu sonhava naquela altura. Não houve a expectativa entusiasmada de chegar à universidade. Não houve primeiro dia de universidade partilhado com eles. Não houve nada disso. Os dias correram com os sonhos que me foram arrancados a desvanecerem-se e depois houve um dia, depois do Verão, em que entramos num avião. E sou eu sempre perdida. Sempre sem chão. Sempre sem céu. E no ano seguinte estou cá, chego à universidade e nada é também aquilo que sonhava porque eles ficaram lá e não os tenho - sim, não os tenho, nem naquele dia nem depois - e isto foi a vida a ir acontecendo. Até agora. 6 anos depois continuo a sentir-me ainda sem chão e sem céu porque não os tenho. Em todos os dias e todas as horas em que me lembro que não os tenho - como esquecer? Também gostava de saber. Mas eles estão lá e não os tenho, é esta a verdade de agora. 6 anos depois sou uma desiludida com este mestrado que escolhi - como conseguir ser tão infeliz e "perdida" no sítio onde fui tão feliz e conquistei tanto? 6 anos depois sou um coração perdido, confuso e baralhado por alguém, sem saber o que fazer ou para onde ir. Sim, o coração tem vida própria (caramba, foi preciso vinte e qualquer coisa anos de vida para o perecber!) e o meu anda a brincar à grande comigo - e a contribuir para sentir que tenho o mundo inteiro às costas e para me sentir desabar e desmoronar e ter vontade de gritar que já chega. Sim, já não chega a distância deles, já não chega a frustração em que este mestrado se materializou, e ainda vem o coração dar uma ajudinha. E uma ajudinha "daquelas" arranjando-me uma situação dificílima por todos os lados. 6 anos depois? Sou uma alma partida entre três coisas que me dão a volta à cabeça e ao coração. 

O que se segue? Pudesse eu mandar no mundo e eles voltavam. Pudesse eu mandar no mundo e este mestrado era algo decente. Pudesse eu mandar no mundo e ele ficava entre a espada e a parede, dizia-me o que queria, e eu ganhava paz. Há-de acontecer, sabes? Eles vão voltar e vai haver um dia (se nada acontecer até lá, que há-de acontecer, não me chame eu Ju) em que eu me vou encher e me vou sentar à frente dele e deixá-lo sem hipótese de saída.

Há-de acontecer, sabes? Sabes comigo, eu sei que sim. Porque eu quero e mereço e tu estarás aí em paz a olhar e a sorrir. 

03
Jan18

Sonho(s) estranho(s)

Manga Meia-Loira

Não costumo lembrar-me dos sonhos que tenho mas hoje lembrei-me. Estávamos a uma mesa, a tomar café com amigos, e tu perguntavas-me a brincar se te defenderia sempre. Tive um segundo em que pensei e depois respondi que dependia, mas que à partida te defenderia. Tu continuaste e perguntaste se te defenderia ainda que estivesses a tapar os olhos ao(s) nosso(s) filho(s) - não, também não sei onde é que fui buscar esta parte - e de seguida não sei o que respondi mas sei que encostamos os nossos rostos, nariz com nariz, estávamos a sorrir e depois aconteceu um beijo na boca. Foi o sonho mais estranho que já tive em 23 anos de vida, estarmos ali e tu começares a beijar-me. Não, também não sei como é que é possível sonhar com coisas tão fora da realidade e inexistentes (filhos? beijos?)... sei que quero muito que este ano de 2018 me esclareça definitivamente o que vai nessa cabeça e nesse coração. Sem pressionar, sem forçar, sem ter de tomar atitudes, sem ter de provocar... só com calma, suavidade e tempo. De tudo, é isso que mais preciso no presente. Que estes próximos tempos me ajudem a perceber o que se passa em ti.

01
Jan18

2018

Manga Meia-Loira

Amor. Família. Paz. Só quero (e preciso) que 2018 se faça destas palavras. O amor da família e do círculo de amor que um dia tivemos, o amor do regresso final deles. O amor que tiver de acontecer, se tiver de acontecer. A família e o regresso final deles, hoje, em todos os dias destes mais de cinco anos... sempre até esse momento chegar. Paz. Aquilo de que tanto preciso e que tanto me tem faltado neste últimos tempos. A paz de me sentir bem comigo e de me sentir bem onde estou. A paz que também só vou conseguir ter quando perceber o que se passa na cabeça dela... porque seja qual for a resposta (se a tiver) ficarei em paz por acabar com esta indefinição.

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