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Manga Lima

Manga Lima

28
Fev19

6 ANOS DE MANGA LIMA

Manga Meia-Loira

Este blog fez ontem seis anos. Há seis anos estava no chão da casa onde me encontrava na altura, longe (muito longe) daqui, com o joelho esfolado... e se o joelho estava mal, a vida estava pior. Há seis anos o mundo e a vida tinham-me desabado no verão anterior e eu estava profundamente desorientada. Há seis anos estava no centro do mundo e nunca me tinha sentido tão longe do meu mundo. Há seis anos estava num cruzamento, dos mais dolorosos da minha vida, e não sabia o que fazer nem para onde ir. Depois as semanas e os meses foram passando. Depois, entre dias dor e outros em que conseguia respirar com mais calma, a vida foi tendo o seu caminho e eu fui encontrando o meu lugar. Depois veio o meu regresso, veio a universidade e veio a vida a voltar a normal. Penso que naquele 2013 e 2014 escrevi muito aqui. Escrevi sobretudo em momentos de maior dor e escrevi sobre aquilo que me doía. Depois a vida foi-se tornando um lugar mais bonito, eu fui começando a respirar bem e a sorrir, e fui descobrindo um sentido para a vida naquilo que fazia e nas pessoas que me enchiam os dias. E fui escrevendo menos, bem menos. Não revi nada, mas acho que em 2015 nem cá pus os pés (ou os dedos). Foi bom sinal. Tudo decorria dentro do normal. E depois foi-se aproximando o fim do curso e eu fui começando a bater de frente em sentimentos que não queria. Fui ficando profundamente feliz com o terminar de uma etapa e fui deixando o coração voar. Depois veio o fim do curso, veio a deceção profunda com o que se seguiu, veio aquele ano que não quero sequer lembrar, veio o constatar da realidade, veio a verdade pura e dura de que eles não voltaram e vieram as palavras que, dando-me paz, puseram fim a muita coisa. E fui escrevendo muito, fui escrevendo quase sempre que quis. E, mesmo sem eu dar por isso, este blog esteve sempre lá... e esteve lá sobretudo quando eu quis desabafar e quis escrever muito do que me ia na alma. E esteve lá de todas as vezes em que escrevi e escrevo o quanto quero e preciso que eles voltem. E esteve lá de todas as vezes em que escrevi e escrevo que quero um amor que me faça sonhar. E esteve lá de todas as vezes em que fiz um resumo do ano que acabava e escrevia desejos para o ano que começava. Já achei, principalmente depois de 2013/2014, que devia ter criado outro blog diferente porque o que estava aqui escrito já não me fazia sentido, só me lembrava de uma época dolorosa. Nunca o fiz e também não farei, pelo menos nos próximos tempos. Tudo o que está aqui faz parte de mim, da minha história e da minha vida. Aquele período triste e doloroso, as fases mais bonitas e pacíficas e alegres que se seguiram, a alegria profunda de terminar um (per)curso, o desmoronar de muitos sonhos e a paixão que me arrasou o coração, o redescobrir-me e sobreviver por entre a ausência deles e os pedaços por colar do coração... tudo isto sou eu.

 

Por tudo isto e por muito mais este blog há-de continuar. Farei questão de o continuar, assim a vida o queira e eu o consiga. Quero que este blog esteja lá quando eles voltarem, quero que este blog esteja lá quando eu descobrir o amor que me há-de fazer sonhar, quero que este blog esteja lá quando cortarmos a fita vermelha e abrirmos a porta daquele sonho feito de pedra, quero que este blog esteja lá quando eu concluir o mestrado, quero que este blog esteja lá quando chegar ao fim desta etapa profissional. Quero ainda que este blog esteja lá quando eu for pedida em casamento um dia, quero que este blog esteja lá quando eu casar um dia, quero que este blog esteja lá quando eu for mãe um dia. Ainda faltará algum tempo até que estes últimos desejos aconteçam, mas gostava muito de ter aqui também um livro que falasse dessas etapas quando for tempo delas. 

 

Por tudo isto e por muito mais, PARABÉNS MANGA LIMA! 

 

Naquele dia, há seis anos, muito daquilo que conquistei neste tempo parecia impossível. Que daqui a seis anos eu diga o mesmo. Que daqui a seis anos eu esteja com a alma e o coração em paz, tenha os meus comigo e tenha a capacidade de sonhar e ver sonhos realizados. Que daqui a seis anos eu tenha um amor que me adormeça com cafuné e me acorde com beijos, tenha a comida, os sorrisos e as gargalhadas dos meus pais todos os dias, tenha o abraço da minha boneca a toda a hora, tenha um trabalho que me apaixone e tenha o projeto de ser mãe em curso. 

 

PARABÉNS MANGA LIMA :) 

26
Fev19

O Bradley, a Lady Gaga e a Irina

Manga Meia-Loira

Não vi os Óscares. Fui-me cansando até, fruto da insistência das rádios mais ouvidas deste país, de ouvir a "Shallow". Não tenho especial carinho pelo Bradley nem pela Lady Gaga nem pela Irina. Mas o ruído à volta da atuação do Bradley e da Lady nos Óscares foi tanto, as vozes que se ergueram a jurar que houve faíscas e química e física entre eles foram tantas, e as imagens que correram o mundo foram tão faladas que ontem tive que ir espreitar. Já desde o filme que muitos diziam que entre os dois havia qualquer coisa além do perceptível. Ontem fui finalmente ver a atuação e tenho de concordar. A coisa começou normal, com olhares intensos (muito mais que aqueles que vejo em quase todos os casais) e com ele fixado nela e alheado do mundo. Mas depois... oh depois... quando ela se prepara para cantar e ele dá a volta ao piano e se senta ao lado dela a coisa ficou visível e clara. E então quando eles se encostam um ao outro, cara com cara, a cantar de olhos fechados... vi ali uma intensidade e um encaixe únicos e raros. Eu vi corrente, vi eletricidade, vi química, vi física, vi história, vi encaixe. Claro que eles tem a vida deles, claro que o Bradley tem a Irina, claro que a Lady tinha o seu noivo. Claro que isto nunca será nada e não existe nem irá existir nada entre os dois. Mas, e apesar de todos estes claros, o mundo parou e viu ali uma química e um encaixe que não são visíveis em muitos (ou quase todos) os casais que andam por aí. O mundo parou e viu algo tão bonito e tão único que tudo o resto se calhar é irrelevante. (Agora, e para finalizar em bom português, não me lixem que só faltou àqueles dois colar uma boca à outra e seguir por aí fora até onde lhes apetecesse. Digam o que quiserem, mas não neguem isto.)

25
Fev19

Almoçar em casa

Manga Meia-Loira

Há algo de profundamente bonito em poder almoçar em casa. Algo de profundamente tranquilizador e reconfortante e aconchegante em poder parar tudo a meio do dia e ir a casa. Ter lá as pessoas e o cão e o sofá e a comidinha pronta. Ouvir os passarinhos. Passar uma vista de olhos pelos programas da manhã. E depois disso voltar ao trabalho mas voltar com energias recarregadas. Espero poder fazê-lo sempre que me apetecer. Espero poder ter essa possibilidade para o resto da vida. Há poucas coisas mais valiosas que esses momentos. Quanto a mim... prometo aproveitar ao máximo esse privilégio e só desejo que seja sempre assim. 

24
Fev19

Sábado(s)

Manga Meia-Loira

Sempre gostei tanto mas tanto de sábados! Tudo bem que era sempre um dia em que tinha de estudar e não era pouco, mas mesmo assim gostava. E depois, quando não tinha que estudar, era o melhor dia e o mais bonito. E o meu pai, especialmente, fazia tudo para que fosse um dia especial. Dávamos passeios a pé, brincávamos e ríamos com toda a gente, fazíamos jantares e tudo isso. Depois houve uma quebra gigante quando eles foram embora, mas como voltou a ser o dia de estudar quando tudo voltou a normal, acabou por continuar a ser um dia bom. Até há pouco tempo. Até que há um ano e pouco passou a ser um dia que dói. Dói o desamor (dói tanto!), dói a ausência deles, dói o tempo que não passa, dói o passado que não volta, dói o presente.

 

E eu fico sem saber, também ao sábado, para onde vão os barcos que construímos quando estamos tristes. Fico sem saber e dói. (https://mangalima.blogs.sapo.pt/para-onde-vao-os-barcos-que-construimos-35190?utm_source=posts&utm_content=1551017152)

 

Ontem doeu, doeu profunda e longamente. Doeu tudo o que tive, doeu tudo o que não tive, doeu tudo o que não tenho e doeu tudo o que ainda não tenho. 

23
Fev19

Dá para hibernar e voltar mais tarde?

Manga Meia-Loira

Levamos quase dois meses de 2019. Pouco tempo.. ou não. Já os vi dizerem que não voltam no verão, já o ouvi a ele dizer que nunca pássamos nem iremos além de uma promessa e.... porque há sempre algo mais a acontecer... ontem bati com o carro. Claro que estava com a cabeça no mundo da lua. Claro que estava com a cabeça na estratosfera a pensar. Claro que estava com a cabeça a passear por sítios, pessoas e lugares que não devia. E pumba, um embate de frente para aprender. Parem o mundo que eu quero sair, a sério. Não dá mesmo para saltar para dois mil e vinte e qualquer coisa e eu acordar noutra vida? Será que é pedir muito? Será que é exagerar pedir para acordar num dia em que eles tenham voltado, num dia em que eu tenha finalmente um amor colado a mim, num dia em que eu tenha o mestrado concluído, num dia em que eu tenha o estágio concluído? Parem o mundo que eu quero sair. Já disse. 

22
Fev19

Manga, a Bardajona. Muito prazer.

Manga Meia-Loira

Eu sou aquela pessoa que, habitualmente, entra aos tropeções nos sítios. Seja qual for o sítio. Seja no café da esquina, no gabinete xpto do Sr. Dr. xpto ou no tribunal. Quem nasce para sopeira (ou bardajona) nunca chega a princesa. Pronto. E eu já tenho idade para me conformar com isso. (Só ainda não descobri onde fica o gabinete de sua excelência Christian Grey... é que a outra entrou-lhe pelo gabinete a tropeçar e não se deu mal. Se der para tropeçar no gabinete de um moço igualmente giro e rico e sem aquele parafuso a menos no cérebro, ainda agradeço mais :) ahahah. Estou cá para isso.)

A imagem pode conter: 1 pessoa, texto

 

18
Fev19

Deste fim-de-semana

Manga Meia-Loira

Há fins-de-semana duros e dolorosos. Tenho-os desde há muito, desde há mais de um ano e meio, graças a um (des)amor que me virou do avesso e não só. Mas depois há um fim-de-semana em que bato de frente nesse desamor porque a vida assim me obrigou (e obriga) e sobrevivo. Mas depois há um fim-de-semana em que entro por aquele apartamento e pego naquilo que é para retirar porque ele vai ser vendido. E nada disto é feliz, pelo contrário, tudo isto é até bastante doloroso (não se deseja a ninguém ver, sozinho, a pessoa de quem gosta a seguir com outro amor). Nada disto é feliz mas acaba por ser libertador. E a verdade é que, no meio de todo o caos e da família repartida e do coração desfeito, eu até vou sobrevivendo. Não consigo sorrir com os olhos, não consigo estar sequer perto de me sentir tranquila e feliz, não consigo ter os sonhos que um dia tive, não consigo acreditar em coisas boas, não tenho momentos de partilha felizes, nada disso. Mas tenho sobrevivido. Com lágrimas, com muita terapia, com a fé possível, com uma perserverança do tamanho do mundo e uma resiliência ainda maior. Com a crença enorme de que os meus hão-de voltar em breve e de que 2019 trará mudanças boas, profundas e felizes. Sobrevivi. Estou a sobreviver. E um qualquer dia acordo e já estarei a viver e não apenas a sobreviver.

15
Fev19

Aos 45 dias de 2019

Manga Meia-Loira

2019 começou logo a rasgar. Têm sido um rasganço de uma ponta à outra.

Em 45 dias eles disseram-me que não voltam no verão e rasgaram-me o sonho que me alimenta a alma e a vida há mais de seis anos, e ele disse-me que não sente o mesmo que eu rasgando-me o outro sonho que me alimentava a alma e a vida. Em 45 dias aconteceu tudo o que não tinha acontecido nestes últimos intermináveis anos. Às vezes é preciso tocar de uma vez por todas nas feridas e limpá-las para deixar que curem finalmente. E eu estou estranhamente calma. Calma, impávida e serena. Às vezes precisamos de esperar 10 anos em que nada acontece para chegar aquele ano que muda tudo. 2019 não se fez esperar. Ainda bem. Estou calma, muito calma. Os meus hão-de voltar, mais rápido e mais repentinamente do que eles esperam, assim o desejo e quero. E quanto a ele, ganhei a paz que há muito tinha perdido e, com essa paz, estou a abrir caminho e a tornar possível encontrar um amor doce e verdadeiro. 

O rasganço veio em força e veio todo de uma vez. Agora se der para acalmar e poder, finalmente, esperar pelo melhor.. eu agradeço. Ainda faltam 10 meses e meio. Estou cá (precisamente) para isso.

10
Fev19

Dias de luta, dias de coragem

Manga Meia-Loira

Foi há dias, poucos dias mas que parecem muitos. Pela minha cabeça passaram filmes atrás de filmes. (Re)vi e (re)vivi tudo o que ouvi, o que senti, o que me fizeram. O que pensei, o que sonhei, o que achei. Precisei de voltar atrás no tempo e resignificar tudo. Voltar atrás no tempo e colar em tudo uma etiqueta a dizer "Ele está a brincar". Não foi fácil, não é fácil, não vai ser fácil. Hoje muito menos. Quando recebi aquelas três provocações em forma de fotografia, aquela mudança de planos repentina, em jeito de chamada de atenção, fiquei estupefacta. Foi gritante aquela necessidade de me chapar na cara o que já ouvi. Não é preciso estudar psicologia para perceber certas coisas. Eu passei-lhe a batata quente para as mãos, e o peso que já não suportava, e desresponsabilizei-me de tudo o que possa um dia acontecer naquele momento em que ele abriu a porta para sair. Doeu, dói, é quase certo que vai doer. Mas nunca duvidei por um segundo que precisava de me libertar daquele peso e que a paz não tem preço. E não, pode haver dor mas a paz não tem preço. Não suportava ser eu a dizer, daqui a uns anos, que nunca o devia ter deixado ficar de todas as vezes em que fui embora como no filme "O noivo da minha melhor amiga". Aquela cena em que a Rachel diz "Eu nunca devia ter saído por aquela porta do bar há seis anos" martelou-me. Não suportava ser eu a entrar num bar daqui a uns anos, já casada com outro amor e sendo mãe, e ter um flash com a vida que teria ao lado dele se tivéssemos ficado juntos, como em "La la land". E bem ou mal, cedo ou tarde, melhor ou pior, com mais ou menos dor, a verdade é que todo este peso e todo este sufoco de nos afogarmos nas palavras que deixamos por dizer desapareceu. Eu libertei-me e desresponsabilizei-me. Se lhe passei esse peso para ele? Não sei mesmo, não sei e também não sei se quero saber. Se ele disse o que sentia, ou se disse tudo o que sentia? Não sei. Sei que me deito todos os dias com a consciência tranquila, e que não vou um dia deitar-me naquele sofá grávida de um filho nosso porque ele não quis. No momento em que ele disse o que tinha a dizer e saiu pela porta ficou-me tudo esclarecido. Não precisava de levar com aquelas chamadas de atenção gritantes de hoje, e não tenho explicações para elas, mas a partir daquele momento deixou de estar nas minhas mãos. Já não tenho de fazer nem posso fazer o que quer que seja. Agora as cenas de filme que me entalaram a garganta e o coração e o corpo todo deixaram de ser minhas. Libertei. Se libertei para ele, ou se ele sufocará em tudo o que não disse, ou se um dia será ele a fazer o flash da vida que poderíamos ter... já não é problema meu. Que ele merecia, é um facto. Que não vou ser mais nem menos feliz por isso é outro facto. Só quero a minha paz. Se der para ele crescer e não se comportar como uma criança tanto melhor. Como dizia a frase que vi o outro dia "Doubt kills more dreams than failure ever will.". E eu disto já não sufoco...graças a mim, a Deus e a quem me deu a força de falar. 

08
Fev19

Sobre sábado

Manga Meia-Loira

Não sabia quando o ia fazer. Não sabia como. Não me imaginava. Entre quarta e sábado tudo se precipitou e, perante o aviso que me fizeram, tornou-se urgente e desesperante falar. Já há muito tinha ultrapassado todos os limites. E então, depois de me terem feito disparar todos os gatilhos do cérebro, larguei a bomba. Já o devia ter feito há mais tempo? Já! Já o devia ter feito há muito mais tempo. A paz não tem preço e nem quero imaginar tudo o que deixei de viver e sentir pelo caminho. Foi quando teve que ser. Foi quando tinha percorrido o caminho que precisava de percorrer para chegar até aqui. Daqui a um ano? Daqui a um ano vou sorrir e agradecer a mim própria a paz que ganhei. Aconteça o que acontecer. Daqui a um ano vou agradecer :) 

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