Estas últimas semanas
2019 significa turbilhão. Significa começar o ano entre sorrisos e lágrimas, amor e desmor, certezas e incertezas. Significa ter logo em Janeiro um embate de frente (e em cheio e doloroso) com os pais. Significa lágrimas e dores por causa desse embate e dos rasgões que esse embate provocou. Significou uma lufada de ar fresco e de paz e de felicidade com a notícia do apartamento. E sorrir, e acreditar, e ver mudanças, e respirar, e amenizar a dor dos rasgões acabados de acontecer. Significa ter em Fevereiro outro rasgão daqueles que espero nunca mais ter na vida, provocados assim lá no fundo da alma e do coração, naquele lugar onde ninguém nunca devia poder tocar. Significa dar voltas e voltas e mais voltas à cabeça, e ainda mais voltas à vida e ao coração, resignificar o passado, lutar para sobreviver no presente, fazer um esforço do tamanho do mundo para conseguir sonhar o futuro. Significa reaprender a viver e a sorrir e ainda mais reaprender a (sobre)viver com os rasgões de Fevereiro. Significou aulas que me mostraram e mostram que é possível voltar a ser feliz numa sala de aulas, que é possível voltar a gostar de me sentar e aprender, que é possível voltar a sorrir numa aula depois daquele ano desastroso de aulas. Significou ter o tempo contado ao segundo quase todos os dias e ainda bem. Significou andar completa e absolutamente distraída com tudo. Esquecer material, esquecer cadernos, esquecer manuais, esquecer horários, esquecer tarefas, esquecer dias, esquecer itinierários e estradas. Significou estar distraída ao ponto de fazer o caminho dos últimos anos quando tinha de fazer o inverso porque trabalho noutro sítio. Significou receber uma série de pagamentos das Finanças para fazer e pensar que queria e podia usar o dinheiro noutras coisas. Significou pagar uma multa pesada porque me esqueci de pagar o IUC do carro a tempo. Significou pagar uma multa chata na biblioteca porque me esqueci do dia para entregar os livros. Significou um acidente de carro que me deixou num pico de nervos inimaginável. Significou bater de frente numa matrícula de carro num certo sábado que me deixou completa e absolutamente à nora. Significou achar que ia apanhar outra multa na biblioteca e afinal não apanhei. Significou achar que o senhor do carro em que bati ia querer assinar a declaração e declarar-me culpada (e fui, que fui eu que bati) e afinal ele não quis nada. Significou uma consulta de astrologia em que ouvi tudo o que de melhor algum dia poderia ter ouvido (ou quase)... e se aquilo que ouvi se for concretizando... 2019 será O ano. Significou perder horas de sono e de vida em nome dos rasgões que acabam de acontecer. Significou ouvir ontem algo que me fez sorrir interiormente e que me abriu uma possibilidade linda de realizar algo que quero muito mas assim muito... e ai de mim que eu ainda vou conseguir vender aquilo nem que seja a última coisa que eu faça na vida. Significou ver aquele sonho de pedra crescer dia a dia e semana e semana, e ganhar paredes, e ganhar pisos e tudo e tudo. Por agora é isto.