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Manga Lima

Manga Lima

28
Jun19

Das conquistas passo a passo

Manga Meia-Loira

Passinho a passinho, ou passito a passito, a vida vai-nos permitindo viver certas conquistas. Esta semana recebi a minha cédula profissional de estagiária. Hoje vi um cliente assinar o primeiro documento oficial onde consta o meu nome. E não, eu não vou partilhar isto nem gritar nem saltar. Não vou fazer bandeira de nada disto, como nunca fiz com as conquistas e sucessos que registei ao longo da vida. Mas tenho obrigatoriamente de me lembrar disto, de me sentir feliz, de me recordar a mim própria o que sou e o valor que tenho, de partilhar com os meus de casa, de ir buscar energia e luz a estes passos e a estas conquistas. Às vezes é demasiado fácil esquecermo-nos de quem somos, do valor que temos e de tudo o que conquistamos. Que nunca nos esqueçamos disto. Que eu nunca me esqueça de tudo o que percorri, conquistei e alcancei até aqui. Que eu nunca me esqueça que, demore o tempo que demorar, o caminho faz-se caminhando (como ouvi naquele dia 13 de maio de 2017) e havemos sempre de chegar a algum lugar, ao nosso lugar.

27
Jun19

A meia loira escreve a tese #7

Manga Meia-Loira

Pois que nestas últimas semanas a tese esteve parada, paradinha, mas agora que o meu pai já foi tenho voltado à carga. Tenho mesmo de voltar e de me comprometer a acabar uma primeira versão até ao fim de agosto. Está dito. O problema é outro: como é que se chama um orientador às suas responsabilidades quando ele há mais de um mês e meio que se comprometeu a corrigir a primeira parte e ainda não disse nada? Não é o facto de ele não ter corrigido a primeira parte que me preocupa, que eu só estou a contar começar a corrigir e rever tudo depois de agosto, é mais o facto de eu me sentir sem orientação naquilo que estou a fazer, de não saber se o que estou a escrever será útil. Pronto, hoje sem falta vou mandar e-mail a pedir uma reunião para falar do que estou a fazer agora e de como estou a pensar continuar... e para saber se estou a ir relativamente bem ou se não devo fazer nada do que estou a fazer. Hoje sem falta mando-lhe um e-mail simpático... é que ele é super amoroso, sempre foi, e um profissional dedicado, não percebo o que se passa. É isto... é que eu queria mesmo entregar esta coisa em outubro!

18
Jun19

"Ohana means family"

Manga Meia-Loira

Nós por cá.. continuamos sempre dentro do normal. O meu papi continua por cá e por casa e isso deixa-me de coração cheio e alma sorridente e feliz, ainda que este prolongamento de estadia seja forçado e ele tenha necessariamente de voar para longe o mais depressa possível. O estágio continua no seu sítio e começou a sério agora que cheguei à segunda fase - medo! A tese tem estado mais paradinha e amanhã vou ver se marco reunião com o orientador que está a fingir que eu não existo. As obras continuam. E pelo meio estive em Itália numas conferências e passei por Milão e Veneza. Pelo meio encontrei, na loja da Disney, uma caneca que diz "Ohana means family" e agarrei logo nela para a trazer. Não poderia ter encontrado frase nem palavras com mais sentido para este momento da minha vida. Para este momento que é de família e para a família. Para este momento que é de (re)sonhar em família. Para este momento que me diz que em breve voltaremos a ser (e viver em) família. Ainda não sei se fique com a caneca aqui ou se a envie para a minha irmã, mas sei que um dia vou olhar para trás e para ela e vou lembrar-me que naquela sexta-feira, ao fim da tarde, em Milão, um dos meus sonhos de uma vida estava ali representado e escrito, à minha frente. Não sei quanto tempo falta até lá, mas sei que daqui a dez anos quero olhar para a caneca e lembrar-me que tudo ficou bem e que tudo voltou ao lugar bonito e luminoso de sempre.

05
Jun19

“When you come out of the storm”

Manga Meia-Loira

Hoje encontrei esta passagem de Haruki Murakami “And once the storm is over, you won’t remember how you made it through, how you managed to survive. You won’t even be sure, whether the storm is really over. But one thing is certain. When you come out of the storm, you won’t be the same person who walked in. That’s what this storm’s all about”. Encontrei isto e não pude deixar de pensar em como a vida é (tanto!) feita disto. Às vezes acho mesmo que nasci, entre outras coisas, sobretudo para superar tempestades. Foi a saúde quando era criança. Foi ficar sem chão e sem caminho quando os meus pais foram viver para o outro lado do oceano. Foi aprender a viver e a sobreviver à distância deles e à ideia de não poder ser filha nem irmã. Foi viver e sobreviver a um curso superior tão exigente e, felizmente, tão apaixonante, mas que foi um desafio gigante do primeiro ao último dia. Foi aprender a viver os sentimentos e, com isso, a sobreviver por entre um coração (des)feito em pedaços e um desamor que me levou ao fundo e me deixou (quase) sem força, sem vida e sem ar. E eu olho para isto que acabei de escrever sobre mim e só consigo pensar “Bolas! Sou a maior! Sou mesmo uma mulher maravilha!”. Se um dia me contassem que a vida me ia testar tanto e o coração me iria fazer caminhar por lugares tão sombrios e difíceis, e tão sufocantes e angustiantes... eu ter-me-ia rido e diria que não era capaz de sobreviver a metade. Se me tivessem contado que ia haver dias, semanas e anos em que os meus pais iam estar do outro lado do mundo, em que o desamor me ia rasgar o coração, em que eu me ia sentir sem ar e sem força, sem vida e sem amor, sem futuro e sem presente...eu não teria acreditado. Mas aconteceu. Dias em que o presente era um abismo no coração e o futuro era sempre longe demais. Dias em que não tive passado que me suportasse, raízes que me amparassem e me empurrassem para a frente, braços e colo que me fizesse sonhar o futuro. Quis isto mais do que qualquer outra coisa e tudo o que tinha era um nada. Não podia ser filha nem irmã. Não podia ser namorada nem apaixonada. Isto rasgou-me o coração e a alma de ponta a ponta. Mas a verdade é que estou aqui. Estou aqui viva e inteira. Estou aqui para viver o presente e sonhar o futuro. Estou aqui para voltar a ser filha e irmã. Estou aqui para poder ser namorada, noiva e mulher. Estou aqui para poder ser a grávida e a mamã. Estou aqui para viver o agora e sonhar o amanhã. Com cicatrizes, sim. Com muitaaaaa vontade de agarrar a vida e os sonhos, sim. Com a ideia solar, luminosa e sonhada de um fim de tarde à beira de uma piscina, numa casa de família, rodeada dos meus e do meu marido, com um bebé na barriga.

 

Se eu ia viver a família com a vivo e entendo, se os meus nunca tivessem ido embora? Não, nunca. Provavelmente ia passar pela vida com eles mas sem noção do valor que isso tem e do sentido que isso dá à vida. Se eu ia entender o amor como o entendo, e se o ia viver como quero viver quando o encontrar, se não tivesse passado por este desamor? Não, nunca. Nunca daria ao amor o valor que lhe quero dar, nunca o ia viver com a entrega e a intensidade com que quero viver, nunca ia agradecer tão profundamente como hei-de agradecer. Digo isto porque acho que, à partida, os meus irão voltar a viver aqui e eu hei-de encontrar o amor. O mesmo que escrevi se pode aplicar à infertilidade, embora seja algo em que eu não pense. Até nesse ponto a vida me quis entregar um desafio, pois se um dia quiser ser mãe terei uma dura batalha pela frente. Mas lá está, se eu dia quiser mesmo ser mãe e decidir travar essa luta, e se no fim conseguir de facto ser mãe, tudo será diferente: darei um valor à maternidade, e irei vivê-la com uma entrega e uma intensidade, que nunca aconteceriam se conseguisse simplesmente ficar grávida sem mais. Será uma conquista resultado de uma batalha e eu irei vivê-la como uma dádiva. Por isso é que aquela passagem de Haruki Murakami me tocou tanto. Porque às vezes acho que nasci para viver os desafios e para os superar. Porque já percebi muito bem que isso nos muda. No meio da tempestade não sabemos como sobreviver e duvidamos muito da nossa capacidade de a superar. Quando ela acaba, e as minhas hão-de estar a acabar, nem acreditamos que já passou. E depois da tempestade e da superação, percebemos que não somos, nem de perto nem de longe, a pessoa que éramos no início, e isso é tão bom! Eu vou sempre achar que nunca seria necessário sofrer tanto e tão profundamente (e que ninguém me lixe e diga o contrário), mas também vou ter sempre consciência de que saio das tempestade mais forte, mais verdadeira, mais perto da minha essência, e mais (muito mais) próxima do sentido da vida, da família e do amor. Sim, como diz (e tão bem) o texto “When you come out of the storm, you won’t be the same person who walked in. That’s what this storm’s all about”.

 

P.S.: Quando a(s) tempestade(s) estiverem definitivamente passadas irei lembrar-me deste texto. Sempre.

 

04
Jun19

Sorrir por alguém - o CEJ

Manga Meia-Loira

Sábado fui repentinamente ver a lista de candidatos que serão submetidos a provas psicológicas para admissão ao Centro de Estudos Judiciários e, assim, à magistratura, e foi a minha vez de sorrir muito. Vi a lista do CEJ e sorri muito... sorri muito quando vi que ela, a miúda por quem eu tanto estava a torcer, passou na prova oral. Foi a minha vez de sorrir muito e foi tão bom! Para mim a magistratura nunca foi um sonho e, à partida, não será um caminho. Para ela sempre foi e é um sonho. E é tão bom que ela esteja a um passinho de o cumprir! A ver vamos, mas à partida ela está lá e eu fiquei mesmo feliz por ela. (E isto também significa que estou a ficar velha... mas vamos ultrapassar essa parte)

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