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Manga Lima

Manga Lima

26
Set19

A tese e a vida à volta da tese

Manga Meia-Loira

Eu podia (e queria) escrever sobre muitas outras coisas. Podia escrever sobre a forma tão bonita como tive dois fins-de-semana de paz e tranquilidade, podia escrever sobre o amor, sobre os amigos ou sobre o estágio. Sobre desejos e sonhos, ou sobre medos e receios. Podia escrever sobre o dia-a-dia ou sobre o meu cão. Mas não dá. Estou a terminar a tese e todo o meu tempo vai para a tese e para os últimos pormenores. O texto está escrito e não é para mexer, mas as citações estão a dar cabo de mim. E então não tenho espaço nem tempo para muito mais.

 

Se me perguntarem se estou feliz, tenho de dizer que estou. Estou mesmo. Nem nas minhas melhores expectativas eu teria achado, há nove meses, que seria possível entregar a tese no prazo normal. A estagiar todos os dias e com as aulas da Ordem pelo meio, achei sempre que teria de adiar. Como em tudo neste meu percurso académico, a vida surpreendeu-me e fez-me alcançar aquilo que desejei mas não achei possível. Está quase tudo pronto e acho que só vou acreditar - e sorrir muito, assim muito muito - quando vir a tese impressa e entregue. Há muito tempo que não conseguia este sentimento de realização e de missão cumprida, há mesmo muito tempo. Tive-o e vivi-o intensamente no fim da licenciatura, mas depois disso nunca consegui chegar perto dele. Pelo meio meteu-se o desamor, a ausência dos meus, a frustração do primeiro ano do mestrado... e acho que duvidei muito e muitas vezes (mesmo muitas) que algum dia pudesse chegar a esse lugar feliz e brilhante que atingimos quando concluímos uma meta que é muito nossa. Talvez por isso - porque estes meses e anos desde que acabei a licenciatura foram tão duros e tão emocionalmente esgotantes e desgastantes - o concluir deste objetivo de vida tenha um significado tão cheio de brilho e de uma felicidade tão bonita. 

14
Set19

A meia-loira conclui a tese... na praia

Manga Meia-Loira

Uma pessoa tem de fazer as conclusões da tese. E depois tem de escolher entre ficar em casa sozinha a fazê-lo ou ir para a praia com a família. E vai daí, uma pessoa vai para a praia e monta o escritório lá. Se um dia me disserem que as conclusões foram escritas na praia... eu nego. E só não digo que isto é o melhor de dois mundos porque me dói o pescoço de estar sentada no chão a escrever.

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13
Set19

La Casa de Papel

Manga Meia-Loira

Eu não fui na onda e, portanto, não vi a série quando ela saiu. Nem vi depois, quando toda a gente lá em casa viu. Aliás, a ideia de se fazer uma série sobre um assalto brilhante a uma instituição que existe até me fez um bocadinho de confusão. Acontece que no fim de agosto, há uns dias, decidi começar a ver a série. Só porque sim e porque fui naquela onda de “Se toda a gente diz que é assim tão especial, então algo de bom a série deve ter”. E pronto, o que sucedeu veio provar que afinal eu sou tão humana quanto todas as outras pessoas, e acabei por adorar a série e por me deixar apaixonar por ela e pelas personagens. Vi tudo, com uma curiosidade imensa, e cheguei ao último episódio com uma sensação de “Mas o que é que vai acontecer agora?”. Pronto, demorou mas cedi e, dando o corpo às balas (ou às séries), tenho de admitir que a série está excelente. Fossem todas assim :)

12
Set19

A meia loira tem a tese quase pronta #12

Manga Meia-Loira

Pois que o orientador já respondeu. Pois que disse que, no geral, a tese está bem, e nota-se que houve estudo, mas voltou a insistir (e a ser extremamente chato) com o facto de eu ter citações consecutivas dos mesmos autores. Pronto. Falta-me escrever as conclusões, reler e rever tudo, e depois mandar formatar para entregar. Está quase quase. E eu quase que não acredito. Até segunda quero ter as conclusões prontas. Até à última semana de setembro quero ter tudo revisto e relido. Está quase, já disse?

10
Set19

Um dia vou (e quero) ser avó

Manga Meia-Loira

Uma pessoa nem nasce com aquela vontade enorme de ser mãe. Uma pessoa encara isso de forma natural mas nunca como um objetivo de vida ou o centro da vida. É mais como algo que faz parte do sentido natural da vida e do amor - algo que dá sentido à palavra família. Uma pessoa sabe que nem tudo é cor-de-rosa na parentalidade. Uma pessoa tem toda uma vida para viver antes disso, e se não acontecer também não será o fim do mundo, há muito mais para viver e muito por onde nos realizarmos. Uma pessoa até é diagnosticada com um síndrome aos 7 anos que a impede de ser mãe de forma natural, pelo que se o quiser ser, um dia, terá de travar uma batalha que pode ser para lá de dura. 

 

Para lá de tudo isso, e mesmo não achando que a maternidade é um arco-irís cheio de unicórnios, uma pessoa quer ser avó. Um dia quer ser avó. Quer ter netos para lhes poder fazer bolos e dar batatas fritas às escondidas. Quer ter netos para lhes poder contar histórias debaixo de uma árvore e lhes deixar as memórias mais doces. Porque ser avó deve ser tão bom ou ainda melhor do que ser mãe. É viver o lado doce da parentalidade sem a responsabilidade de impor regras. E sim, se um dia for mãe é (também) porque quero muito ser avó. (E para se ser avó basta ser mãe uma vez, certo?)

 

Esta imagem retrata a forma como vejo a maternidade e a parentalidade. E se um dia me submeter a procedimentos clínicos dolorosos e andar durante meses ou anos a tentar ser mãe, será precisamente por isto. Porque um dia quero ter netos para lhes contar como conheci o amor da minha vida (que ainda hei-de conhecer), para lhes contar como sonhei em ser mãe/avó deles e para lhes contar o que significa o amor à família.

A imagem pode conter: texto

 

03
Set19

A meia loira escreve a tese #11

Manga Meia-Loira

Por mim a tese está pronta. É só fazer as conclusões e está feito e entregue. Mas - há sempre um mas -  ainda preciso que o senhor orientador se digne a responder-me e a enviar-me a correção de uma parte. E ele já voltou de férias e não responde. E eu detesto estar sempre a chatear, a ser insistente, a enviar e-mails... MAS eu quero e tenho de entregar a tese. E parece-me que se não me armar em chata (mas chata mesmo, tipo melga) ainda vou acabar a ter de adiar a entrega por causa da demora dele. E isso é que não, não pode ser. Nem que eu vá dormir para a porta do gabinete. Ela tem de estar feita e entregue. Ponto final. (E quando estiver nem vou acreditar. Vai ser do género "Sou a maior, fiz o que ninguém consegue fazer"; "Fiz isto no meio de um estágio e das aulas... sou mesmo a maior" e depois "Era só isto? Achei que ia doer mais")

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