A TVI, a SIC e a Cristina
Eu, tendo nascido nos anos 90, sou aquilo a que se pode chamar "geração TVI". Ainda sexta falei disso com amigos. Nós somos a geração que cresceu à medida que a TVI também cresceu. Somos a geração dos Morangos com Açucar, do Você na TV, do Big Brother, da ficcção nacional que a TVI fez nascer, crescer e conseguiu instituir no nosso país (naquele tempo lingínquo em que não existiam novelas feitas em Portugal, e tudo se resumia a ver o que vinha do Brasil). Pensando assim, nós crescemos com a TVI, com os Morangos e com o que a TVI nos deu... e crescemos inevitalvelmente com a Cristina. Pensando assim, é óbvio que a estação a que nos sentimos mais ligados e que ocupa mais espaço no nosso coração é a TVI. Foi a TVI que nos deu os programas que cresceram connosco, foi a TVI que liderou a televisão portuguesa em todo o nosso crescimento e é a TVI que nos toca mais o coração. Quanto à Cristina, eu sempre gostei dela e sempre a admirei, além de me identificar com ela em certos aspetos. Sim, eu em miúda via o Você na TV sempre que podia e cresci também com ele e com a Cristina e o Goucha. Acho, além disso, que ela é muito mais inteligente do que aquilo que parece. Só pode ser; alguém assim só se faz com uma inteligência enorme e uma determinação de ferro. Quando a Cristina saiu e o Você na TV perdeu parte da essência, confesso que até fiquei um bocadinho triste. Aquele programa e aquela dupla eram um dado adquirido. Com a saída da Cristina, perdeu-se um bocadinho a essência das manhãs na TVI e perdeu-se um bocadinho o rumo naquela estação. Fui seguindo o trabalho da Cristina. Nunca imaginei nem concebi um regresso dela à TVI. Nem perto disso. Ela estava com o programa que tinha sonhado, com o sucesso que tinha sonhado. Sexta estive desligada da internet ao fim da tarde e, quando vi num chat amigas minhas a dizer que ela ia voltar, confesso que não acreditei. Só depois, ao perceber que tinha havido comunicados oficiais, é que entendi que era verdade. Acredito que, além da direção de programas e da direção da Plural, ela tenha tomado esta decisão também com o coração. Não entendo de outra forma. Ela estava no lugar de sonho. Teve de haver coração nesta decisão. Posto isto, resta-me dizer que fico muito feliz por ela e pela TVI. Faz falta voltar a ver na TVI a estação que cresceu connosco. Faz falta voltar a ver na TVI as caras que nos acompanharam a vida toda. Faz falta voltar a ter lá o furacão Cristina. Porque a TVI e a Cristina, para a minha geração, são um primeiro amor. Cá ficamos, a aguardar com expectativa o que virá por aí. Desejando o melhor à TVI e à Cristina.