Há quatro anos, entre o centenário de Fátima, o Papa, o festival da canção, o futebol e a celebração da minha festa de fim de curso com os meus, vivi um dos dias mais bonitos que a vida já me deu.
Lembro-me de quase tudo: do(s) sonho(s), dos sorrisos, da felicidade, da esperança e da alegria dos meus. Da manhã, do meu pai comigo na fila, da cerimónia, do almoço, da missa e do jantar.
Passaram-se quatro anos. Fiz aquilo que mais queria neste tempo: fiz o mestrado, fiz a tese, fiz o estágio, fiz os exames da Ordem e concluí tudo o que queria. Pelo meio, a minha vida tem sido, nos últimos tempos, um pouco nublada. Quis muito terminar o estágio e partir para outra área e outra profissão. Consegui fazer isso e fui profundamente infeliz em todos os dias em que o fiz. Fiquei sem saber bem por onde continuar e, não sabendo, por enquanto vou-me mantendo naquilo que já era meu e onde eu na verdade era feliz. Entretanto acho que há um desafio (e é um desafio enorme, um desafio de vida, até) que eu até gostaria de abraçar mas que me levaria para longe de casa algum (ou bastante, dependendo) tempo. Além disso, ando aqui num dilema porque já percebi que uma parte de mim só queria uma vidinha profissional sossegadiha e direitinha mas depois a outra parte apaga-se e não consegue ser feliz assim.
Como nos disseram na missa de há quatro anos, "O caminho faz-se caminhando". Na vida, na profissão, no amor e em tudo o resto. O caminho faz-se (mesmo) caminhando. O meu há-de continuar, e há-de ir por onde a vida me quiser levar. Não sei como me sinto sobre o facto de terem passado quatro anos desde aquele dia, mas sei com esperança que nos próximos aniversários hei-de ter mais certezas. Daquele dia guardo o sonho e a capacidade de sonhar e lutar. Dos próximos aniversários daquele dia espero o mesmo sonho e ainda mais família, amor e realização. Além da saúde, da paz e da fé. 13 de maio. 13 de maio porque nada é por acaso e só poderia ter sido num dia assim. Fica o sonho, sempre o sonho, e a música que descobri naquele dia mágico e que me tem acompanhado sempre.
"
Podes achar que não tens
Pra onde ir, nem que fazer
Não sabes bem quem és aqui
Neste mundo, tão grande e frio
Mas há qualquer coisa em ti
Que te faz querer
Querer ser alguém
Querer ser alguém
E a vida não vai parar, vai como vento
Tens tudo a dar, não percas tempo
Podes saber, que vais chegar
Onde Deus te levar
Pois pode ser tão difícil
De acreditar em Deus assim
Será que Deus se vai lembrar
De me ajudar? Será que sim?
Mas há qualquer coisa em mim
Que me faz querer acreditar
Acreditar
Acreditar
E a vida não vai parar, vai como vento
Tens tudo a dar, não percas tempo
Podes saber, que vais chegar
Onde Deus te levar
E a vida não vai parar, vai como vento
Tens tudo a dar, não percas tempo
Podes saber, que vais chegar
Onde Deus te levar"
(Onde Deus te levar)