A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar a gente vai continuar. Já dizia Jorge Palma e é verdade. Mesmo em dias como o de hoje. Mesmo com tempestades de chuva, mesmo com tempo péssimo, mesmo com trânsito infernal, mesmo com filas intermináveis, mesmo com todos os problemas de quem tem de usar um comboio, mesmo com todos os problemas de quem trabalha tão longe de casa, mesmo com planos furados à última da hora, mesmo que nos troquem as voltas e nos obriguem a desmarcar tudo e remarcar tudo, mesmo que demoremos quase duas horas a chegar a casa, mesmo quando bufamos, mesmo quando só nos apetece dizer plavrões, mesmo quando só nos apetece chorar, mesmo quando nos perguntamos se ainda faz sentido continuar a trabalhar tão longe, mesmo que nos perguntamos o que ainda estamos lá a fazer. Amanhã há mais. Até quando? Não sei. Mudamos para mais perto? Um dia, certamente. Já, daqui a umas semanas, daqui a uns meses, daqui a uns anos? Não sei. Enquanto houver estrada para andar a gente vai continuar. Amanhã a rasgar mais uma vez todas as curvas da autoestrada.