Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Manga Lima

Manga Lima

26
Abr24

Dos ciclos da vida ou de como percebemos que crescemos

Manga Meia-Loira

Um dia és uma criança no meio do ToysRus a escolher os brinquedos que queres, no dia seguinte és uma senhora no meio do ToysRus a comprar um presente para o bebé de um amigo. Tenho pensado nisto, até porque a vida (e os bebés dos colegas de trabalho e dos amigos) me tem levado às lojas da Chicco e da ToysRus desta vida. A vida é cíclica: hoje és uma menina no meio da loja da Chicco com a mãe atrás de ti porque quer que experimentes vários sapatos, no dia seguinte és uma senhora de quase 30 anos no meio da loja da Chicco a espreitar babygrows de recém-nascido, doudous e coelhinos para colocar na berço porque queres oferecer um presente ao bebé da tua colega de trabalho que nasce em breve. Num dia és uma criança doida no meio do ToysRus a adorar os ursinhos enormes de peluche e a querer metade da loja, no dia seguinte és uma adulta e vais procurar um brinquedo para oferecer ao filhote do teu amigo que vai fazer um ano. Pronto. Cheguei oficialmente à segunda fase da vida. Aquela em que sou a adulta que vai a essas lojas comprar presentes para os filhos dos amigos e colegas. Se tudo decorrer normalmente, a seguir vem a fase em que vou a essas lojas fazer compras para o meu prórpio bebé e, se depois tudo continuar a decorrer normalmente, a seguir vem a fase em que vou a essas lojas fazer compras para os meus próprios netos. Uma vida que se pode resumir assim. Há uns dia tive precisamente este pensamento, quando fui à Chicco: crescemos quando os presentes para os amigos começam a ser dirigidos aos seus filhotes e a ter embrulhos da Chicco e da ToysRus. Tudo certo. É sinal que crescemos, que a vida acontece e que continuamos a acompanhar a vida uns dos outros. É a vida a acontecer e é bonito. Que assim continue a ser. É mais ou menos como os nossos pais cuidarem de nós, nós cuidarmos dos nossos filhos e depois cuidarmos dos nossos netos e também dos nossos pais.

(E depois desta publicidade, se as referidas lojas me quiserem oferecer vouchers, eu aceito!)

25
Abr24

Estes últimos dias - valorizar as coisas boas e simples

Manga Meia-Loira

Segunda-feira foi um dia bom. No trabalho recebi uma decisão favorável do tribunal. Ao fim do dia fui dar uma volta a pé perto de casa com a minha prima. Foi um dia bonito. Percebi também - percebo cada vez melho - que devo valorizar mesmo tudo aquilo que corre bem no trabalho, e que às vezes é tanto, e que devo guardar todas as vitórias e conquistas num cantinho muito especial. A verdade é que acho que tenho (temos todos, penso eu) uma tendência para me lembrar primeiro daquilo que não correu bem. Por exemplo, já tive mais decisões favoráveis do tribunal do que desfavoráveis, bem mais, mas lembro-me perfeitamente de todas as desfavoráveis e de como tudo se processou, e o mesmo não posso dizer das que foram favoráveis. Isto para dizer que temos mesmo de guardar as vitórias e conquistas num lugar especial, valorizá-las e tê-las presentes. Devemos lembrá-las. Se não for para mais, que seja para nos dar alento, força e energia nas alturas de maior cansaço e desânimo. Se não for para mais, que seja para nos fazer dizer a nós próprios, naquela fração de segundo em que duvidamos de nós e que suge de vez em quando, "Oh minha parva, tu és capaz de tudo isto e de muitos mais, olha o tanto que já fizeste e conseguiste". Terça já não foi um dia tão leve e bonito. Senti-me sobrecarragada no trabalho, sobretudo de manhã, e entrei no mood "Ai-minha-nossa-tanta-coisa-e-vem-aí-um-feriado-e-férias...". Nada que não se resolvesse. Ontem o dia foi calmo. Fui trabalhando de forma calma. Fui-me desligando. Fui entrando mesmo em modo férias. "Fechei a porta" e decidi que ia começar as férias a lanchar na minha zona de praia preferida, e onde vou mais vezes. Foi maravilhoso. Um tempo espetacular, sol radiante, brisa do mar, tudo pacífico, estrada calma, passeios quase vazios, esplanada muito tranquila, tosta espetacular, livro bom que comecei há pouco. Uma paz incrível. Dpois conversas de família. A seguir desatámos nós. Seguimos. De férias. Celebrando a liberdade. Hoje e sempre.

20
Abr24

Otorrinos e cenas ou histórias de uma doente

Manga Meia-Loira

Pois que há uns dias, ia eu sossegada no comboio, e ao meu lado estava sentado um jovem que parecia estar doente e bastante ranhoso. Falo disto porque estou quase certa de que a culpa foi dele. Um tempo depois acordei a meio da noite com dor de garganta. Toca a tomar Ben-U-Ron e passou. E fui andando assim. A coisa piorou bastante da garganta, juntando-se a isso tosse, nariz entupido e uma impressão no ouvido. Então tomei Ben-U-Ron, Brufen e Strepfen uns quatro ou cinco dias. No domingo passado achei que a garganta estava recuperada. Na segunda tive uma dor de cabeça descomunal e acabei a adormecer no trabalho, à tarde. Na madrugada de terça voltei a sentir dores de garganta e segui para as urgências. Médico vê a garganta, diz que é uma infeção e receita injeção de penicilina. Médico com os olhos muito bonitos, mas a última coisa que uma pessoa quer é que um médico com os olhos bonitos lhe enfie o pauzinho de madeira na garganta, e ande lá a analisar e a dizer "não faça força com a língua" e "agora diga ahhhhh". Logo de seguida, enfermeiro dá a injeção de penicilina (sim, uma pica no rabo) e pronto. Não trabalhei e a garganta foi melhorando e recuperou. Sucede que a impressão no ouvido ficou. Vai daí que ontem decidi marcar uma consulta dessa bela especialidade que é a otorrinolaringologia. Especialidade à qual estou até bastante habituada, eu que sou uma pessoa que fez uma cirurgia em criança aos órgãos dessa especialidade, que sou uma pessoa doente dos ouvidos, que sou uma pessoa com uma redução da audição, que tenho - enfim - toda uma infância marcada por várias otites. Hoje fui. Médica simpática. Toca a contar todo o historial e a história da recente infeção. Médica quis fazer, e eu aceitei, um exame que implica introduzir (ah que termo simpático!) uma espécie de sonda no nariz e analisar tudo até ao ouvido. Foi duro. Conclusão: o tímpano esquerdo está retraído, está tudo "vermelho" da infeção, e saí de lá com uma receita de um anti-inflamatório e um spray para o nariz, e com recomendação de voltar a fazer um exame à audição depois disto passar. Ahhhh. Otorrinos.  Agora lembrei-me do que me operou em criança. Será que ainda trabalha? Será que anda por aí? Vou pesquisar. 

16
Abr24

Daqui a um ano vai ser abril outra vez

Manga Meia-Loira

Hoje é abril e estou doente com uma infeção, com direito a levar injeção de penicilina e tudo. Hoje é abril e não tenho um amor ao meu lado como queria. Hoje é abril e estranhamente (e tantos anos depois) ainda não conseguimos concluir o negócio que queríamos e chegar à escritura. Hoje é abril e as obras estão paradas e continuam paradas, tanto tempo depois. Hoje é abril e eles continuam, tantos anos depois, a não ter data para voltar definitivamente. Hoje é abril e continuo sem saber onde e como se encontra um namorado decente que seja tudo aquilo que queremos. Às vezes, há partes da vida que parecem andar às voltas e voltas sem nunca se resolver. Isto tudo para dizer o quê? Que daqui a um vai ser abril outra vez. Daqui a um ano vai ser abril outra vez e eu não vou estar doente. Daqui a um ano vai ser abril outra vez e eu vou ter ao meu lado o amor a sério que tanto quero. Daqui a um ano vai ser abril outra vez e a escritura já vai estar feita. Daqui a um ano vai ser abril outra vez e as obras vão estar a avançar e quase concluídas. Daqui a um ano vai ser abril outra vez e eles vão ter planos certos para voltar definitivamente. Daqui a um ano vai ser abril outra vez e eu estarei noutro espaço e tempo da minha vida, e terei percebido, em várias áreas, que afinal sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam. 
Por agora, vou só pegar em mim e no meu melhor ar de doente e vou almoçar fora e apanhar ar. Por agora - e como diz a música - é preciso ter calma e não dar o corpo pela alma. Os meus vintes têm sido muito feitos disto, ou melhor dizendo, tem sido muito uma lição disto. 

09
Abr24

Até que me volte o apetite

Manga Meia-Loira

Pois que, como já tinha escrito aqui, há umas semanas criei um perfil no Bumble. 
O que tenho a dizer? Que acho que não tenho, de todo, personalidade para aquilo. Que foi um esforço enorme "obrigar-me" a iniciar conversas com desconhecidos. Que me senti ansiosa, angustiada, e pressionada por mim própria a abrir a aplicação. Que não soube, de todo, ver ou viver aquilo de forma leve e tranquila. Que acho que, sim senhor, pode ser uma coisa espetacular e dar em casamento, mas que se calhar não é para mim. Que nunca imaginei sentir-me tão assoberbada por causa daquilo. Que deixei de gostar até do próprio ícone da aplicação. Que algumas conversas depois achei que não me devia obrigar a utilizar a aplicação, porque era o que estava a acontecer. Eu estava a obrigar-me a utilizar aquilo e acho que esse é um dos piores princípios. Que não posso dizer, de todo, que correu mal ou que as pessoas que fui conhecendo (poucas) não eram boas. Que não  quero apresentar-me a dezenas de pessoas, que não quero conhecer dezenas de pessoas, que não quero ter dezenas de encontros com dezenas de pessoas até encontrar alguém. Só quero encontrar esse alguém. Que até fui perdendo a fome e o sono com toda a ansiedade. Que desconfio dos demasiado bonitos, dos demasiados aventureiros, dos que viajam demasiado. Não apaguei o perfil nem apaguei a aplicação. Simplesmente não me apetece ir lá. Não sei se me vai voltar a apetecer ou não. Não sei se esta falta de apetite vai permanecer ou se vai durar dois dias, duas semanas ou dois anos. Sei que até que me volte o apetite não vou ver perfis nem vou iniciar conversas. Se posso estar a perder a oportunidade de uma vida? Provavelmente sim, mas descansa-me saber que obrigar-me a fazer algo é o pior princípio para encontrar alguém de quem goste e que goste de mim. Porque encontrar um amor tem de ser tudo menos um esforço ou algo a que nos obrigamos. Até que me volte o apetite vai ser assim. Se volta ou quando volta? Não sei. Se vou encontrar alguém fora da aplicação ou dentro da mesma? Também não sei. Até que me volte o apetite vou seguir na minha paz. 

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D