Amor (também) é
Amor também é fazer o esforço de atravessar um oceano e uma parte do mundo para estar num sítio onde nunca gostei nem gosto de estar, que era o ultimo sítio para onde queria ir, só para ir buscar os três abraços mais insubstituíveis do mundo e carregar o coração com uma dose de amor materno e paterno. Amor também é saber que o pai e a mãe são a unidade mais básica do amor e que a família é um bem precioso de que precisamos para sobreviver. Amor também é saber que a vida é sempre demasiado curta para os abraços e beijos que precisamos de dar e receber e também é saber que de um dia para o outro tudo pode acabar. Amor também é querer (muito) ter a certeza de que se tudo acabar daqui a uma hora ou amanhã, fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para não falhar com a família. Amor também é ter medo, todos os dias, de não chegar o dia em que os vou ter sempre por perto. Amor também é ter ainda mais medo de não chegar o dia em que me vou sentar com eles e com o(s) neto(s) que lhes der a sorrir no jardim lá de casa. Amor é saber que enquanto houver estrada para andar, hoje tal como escrevi há um ano atrás aqui sentada, a gente vai correr, vai visitar, vai viajar, vai sonhar e vai tentar sorrir. [Não, não queria ter de estar aqui outra vez na mesma posição - a de quem parte porque tem de os visitar. Quero muito que não haja próximas vezes pelos melhores motivos. Se quero, caramba]