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Manga Lima

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31
Mai20

Quando alguém perde um pai - (Re)post

Manga Meia-Loira

Voltei, por entre estes dias, a este texto Quando alguém perde um pai. Ao texto a que nunca quero voltar. Uma pessoa de quem gosto muito perdeu o pai assim de repente, do nada, muito cedo - é sempre cedo, mas neste caso era mesmo cedo. E eu voltei a lembrar-me que quando alguém perde um pai deve haver uma luz naquele lugar mais profundo e intímo de nós a que podemos chamar alma que se apaga para sempre. É um pedaço de vida e de futuro que nos é arrancado sem qualquer contemplação. E seja aos 24 ou aos 30, fica tudo por viver, tudo por fazer e tudo por partilhar. Esvai-se por entre os dedos tudo aquilo que poderíamos esperar de um futuro partilhado com ele. Desaparece aquela ideia de raiz, vida e família de podermos ver os nossos pais a conhcer, a cuidar e a fazer parte da vida (e do coração) dos netos. Desaparece aquela ideia de continuidade de podermos ver os nossos pais a dar colo aos nossos filhos enquanto lhes falam dos nossos avós. Fico só com uma pena imensa dela. E fico só a agradecer muito por ter os meus comigo. E fico só a rezar ainda mais para que a vida e Deus me permitam partilhar a vida com os meus. Para que me permitam viver com eles tudo aquilo que sonhei e sonho. Para que me permitam tê-los comigo quando for pedida em casamento, quando casar, quando for profissionalmente realizada e reconhecida, quando souber que vou ser mãe, quando for mãe. Para que me permitam vê-los a serem avós do(s) meu(s) filho(s). Para que me permitam partilhar refeições, conversas, sorrisos, sonhos e momentos bonitos com eles. Só espero tê-los e só espero que, no dia em que tiver mesmo de me despedir deles, eu tenha a paz de saber que vivi com eles tudo o que poderia ter vivido. É isto. É ter a paz de que eles tiveram uma vida plena e bonita e nos tivemos uma vida também plena e bonita com eles. E que nesse dia eu tenha um grande marido ao meu lado e já seja mãe para poder (re)acreditar no futuro.

 

( E não, nunca ninguém deveria ser obrigado a despedir-se de um pai assim. Muito menos desta forma, muito menos desta idade.)

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