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E se há 11 meses o destino não me tivesse tramado? E se há 11 meses a vida não me tivesse abandonado assim como fez? E se há 11meses o mundo não me tivesse largado, assim como quem a alta velociddade e sem parar atira uma vida ferida para a estrada sem olhar para trás? E eu? E se eu não tivesse sido assim bruscamente largada e abandonada, ferida e à minha sorte? E se todas as correntes de segurança e protecção que nunca tinham falhado não me tivessem largado também? E se todo o mundo não tivesse assim sido quebrado? E se não tivesse desaparecido assim o chão e o céu, as cores e o brilho, o sol e a lua? E se aquela conversa não tivesse acontecido? E se aquela vigem, que não foi com destino à minha cidade mas ao inferno, (sei isso claramente) tivesse sido só mais uma? E se aquele dia não estivesse no calendário? E se aquele mês e aquele ano não tivessem a mancha do início do fim de tudo? E se aquela chegada a casa tivesse sido só mais uma? E se eu tivesse adormecido na noite anterior e só tivesse acordado no dia seguinte? E se tudo não tivesse começado lá? E se nada tivesse sido como foi? E se aquilo nunca tivesse acontecido? E se eu não tivesse sido assim abandonada, largada e desprezada com toda a brutalidade por tudo o que me prendia, tudo o que queria, tudo o que sonhava, tudo o que amava? E se não, e o céu continuaria azul e no sítio dele, e a lua continuaria brilhante, e o sol continuaria a fazer-me viver, e os dias continuariam a cheirar a vida? E se aquela segunda parte daquele tão ironicamente (mal)dito Verão tivesse apenas completado aquele que deveria ter sido o meu mais especial Verão de todo o sempre? E se completar a maioridade tivesse sido mais que multiplicar todo aquele/este sentimento de acidez, fraude, impotência e injustiça? E se tudo aquilo que era meu por direito e mérito, todos os objectivos, projectos e sonhos, não tivessem sido assim arrancados a ferros e a sangue frio entre uma noite e outra e.um dia que ainda está entalado na garganta e atravessado no coração? E se Setembro tivesse marcado o primeiro mês do resto do resto da minha vida? E se a vida tivesse prosseguido? E se eu pudesse ter feito algo, de tudo o que quer fosse, para mudar tudo isto? E se eu pudesse ter ido, ao fim do mundo que fosse, para não ter de ver os pedaços desfeitos de todos.os projectos.que tinha, para não.ter de ver.tudo a desmoronar-se,pedaço a pedaço, passo a passo, sem poder fazer nada? E se eu não tivesse andado a minha vida inteira a lutar e a construir tudo o que dasabou entre uma noite e outra e um dia que não passou? E se tudo seguisse os planos qie só existiram, sei agora, na minha cabeça? E se o mundo e todas as pessoas também tivessem parado? E se o dia não nascesse mais e as cores e o brilhos e o cheiro a vida fossem arrancados do universo como a minha vida foi de mim? E se por aqueles dias a minha vontade fosse muito para além da de fazer o mundo desaparecer? E se eu tivesse dia algum aceitado isto e, dessa forma, abandonado tudo o que sempre fui, tudo por que vivo? Pois. O problema não é tudo o que de negro já aconteceu, não é o agora ou tudo o que de negro ainda está por vir, nem o estar aqui, lá ou onde quer que seja. O negro é o se, são todos estes "se's", é ver tudo desabar e ser arrancado sem poder fazer nada, é tudo o que se perde e se destrói pelo meio, é o não poder mais (nunca mais) voltar a viver o que se perdeu, é ter perdido pedaços de sonhos irrecuperáveis, é não haver um fim à vista. É ninguém perceber nem um pedacinho de todas estas feridas e mágoas. É todos trocarem os dedos pelos anéis e ninguém ter a mínima percepção do tudo que se perde a cada dia, a cada hora, a cada mês, e nunca mais se recupera.. É todos os dias de cada mês vezes onze, e todos os os dias de cada mês vezes onze vezes todas estas feridas abertas. É demasiado quando se tinha todos os sonhos do mundo, é demasiado quando se é assim deixado à bruta força num canto da estrada da vida e todos continuam o seu percurso. É sempre, tão só, demasiado, e tudo continua a ir longe demais.
E depois... e depois há sempre aqueles dias todos, aquelas tantas horas, em que nem todos os oceanos juntos chegariam para me levar até à realidade que um dia, que tantos dias, que tanto tempo, que com tanta força desenhei, pintei e colori. É aí (aqui) que me salta do coração, dos olhos e da boca toda a acidez, toda a mágoa, toda a revolta, toda a dor por tudo não ter sido diferente. É aí que ainda mais acidez me vem quando realizo que cada dia que passa é mais um pedaço, um buraco negro, um fosso que sou estoicamente obrigada a cavar entre essa distância. É aí (aqui) que me sinto completamente desabada, abandonada e sozinha por tudo e por todos (quase todos). É aí que sinto que nada poderia ter acontecido.. que tudo tinha que ter sido tão perfeito, que tudo foi tão perfeitamente desenhado por mim tanto tampo, que nada podia ter corrido mal, por mais insignificante que ele pudesse ser. É aí (aqui) que sinto e percebo que tudo isto me deixou, deixa, deixará, uma marca e uma acidez e uma revolta e uma senção de que nada poderia ter sido nem pode ser assim que não sei se algum dia passará. É aí que vejo que há marcas e feridas que talvez ficarão mal resolvidas para sempre. É aí que sinto que houve um momento muito claro em que, não sei como nem porquê, tudo quebrou. Tudo desabou, desapareceu, caiu, desfez. Que houve uma espécie de ruptura numa corrente de vida e pretecção que era sagrada. Uma ruptura que me fez perder essa corrente e me desfez, me desfaz todos os dias. Uma quebra de tudo tão rápida, tão abrupta, tão agressiva e tão inesperada, que toda a revolta e acidez são ainda maiores. É aí que sinto que tudo falhou em toda a linha. É aí que sinto que não pode haver nada pior que o não poder voltar atrás e quando penso isto ainda é pior porque ainda que assim fosse nada poderia ter feito. Assim como nada pude nem posso fazer. O tempo passou e as coisas (não) aconteceram. E é, será sempre impossível, viver algum dia aquilo que deveria ter vivido desde essa ruptura. Será sempre impossível voltar lá e essa é a dor maior. Nunca mais voltarei a ter os momentos de ouro que essa ruptura me arrancou da vida. Não posso tê-los agora e não sei se algum dia poderei ter algum. Não faço ideia de quando nem como. Só eu sei tudo o que me vem desde que tudo isto conteceu. Só eu sei o que é atravessar isto sozinha. Só eu senti e sei tudo o que me veio naquele maldito dia e nos restantes durante aquela segunda metade daquele tão maquiavelicamente irónico Verão. E depois dele. E agora. E até ao infinito, talvez. Só eu soube e sei o que isto é. E é também aí que deixo de ver caminho à frente. Que deixo de ver luz. Que fica tudo vazio, morto, apagado. É também aí (aqui) que não me posso sentir mais defraudada e decepcionada.. comigo, com todos, com a vida, com o destino. É aí (aqui) que acaba tudo e acabo eu tabém. São demasiadas feridas e demasiadas dores maiores. São demasiadas marcas mal resolvidas. São demasiadas feridas a doer. É um demasiado em tudo o que de pior a vida nos pode dar. E um nada em tudo o que minimamente poderia apaziguar isso. A vida abandonou-me, desistiu de mim, de tudo o que eu era e tinha, e estou sozinha quando toda a força do mundo seria insuficiente. É tudo isto e toda a dor negra com que tudo isto me brinda todos os dias, a todas as horas.
Tenho medo e petrifico quando penso que posso ser obrigada a continuar a viver com uma faca no coração. Tenho mesmo muito medo de ter que me habituar e conformar com as dores que sinto. Tenho medo que isto vá para além do razoável e eu me resigne. Tenho medo de me tornar uma dessas pessoas ácidas e azedas que se cingiram às irremediáveis amarguras da vida. Tenho medo de um dia olhar para a minha vida e pensar que ela me passou pelos dedos e eu não fui capaz de a agarrar por causa da faca no coração. Tenho medo de pensar que cada dia que passa são só mais 24 horas que passam por mim e que nunca mais vou ter oportunidade de as viver. Tenho medo de pensar que estou a perder vida na idade em que, ironicamente, mais a devia sentir. Tenho medo de pensar que isto não tem data de acabar e eu posso ser obrigada a lidar com isso. Tenho medo de algum dia deixar que esta dor entranhe, e nesse dia aceitar que a infelicidade vai ficar. Tenho medo de um dia olhar para trás e perceber que da vida que desenhei àquela que vivi vai mais de um oceano de distância. Sei que será sempre diferente, mas quero que a base não fique muito longe do que penso. Tenho medo disto tudo. E mais a cada dia que passa. E mais a cada dia que passa sem que nada aconteça. Tenho medo, sobretudo, que tudo continue assim. Tenho medo que não apareça outro tornado para repôr o que o primeiro levou. Tenho medo de apanhar a(s) maiore(s) decepções da minha vida. Tenho medo de achar que sou estupidamente crente e sentir-me mais decepcionada que o espaço que vai daqui à lua. Tenho medo do agora. Tenho ainda mais medo do que pode estar à espreita. Tenho tanto medo como ir daqui à lua e voltar. Mil vezes.
Desde a última vez que cá escrevi já se passaram alguns dias. Posso até dizer que a minha vida já deu algumas voltas. Não as que quero. Não as que preciso. Apenas algumas. Só algumas. E eu nem sei que sinta, nem sei que pense, nem sei que faça. Tenho de as receber. Tenho de tentar fazer o melhor que conseguir dentro daquilo que quero e daquilo que posso.
E tenho momentos de tudo. Ás vezes sinto-me num filme irreal de terror que não tem fim. Às vezes acho que tudo o que possa fazer será em vão porque parece que quando o mundo está contra aquilo que queremos não há força que resista. E aqui desmoralizo, deprimo, afundo e não quero estar na minha pele. Não quero continuar. Não quero, tampouco, imaginar que isto poderá continuar. Não quero ser eu. Outras vezes acho que tudo está e tudo poderá correr tão, mas tão mal, que só poderá correr bem. Assim, de forma irónica. Afinal já percebi que a ironia da vida pode tudo. E aí entro em modo fé-optimismo-esperança, e tudo-acaba-bem-e-se-não-está-bem-é-porque-não-acabou, e 2013-é-um-ano-de-vai-ou-racha-e-rachar-mais-é-imossível, e Maio-é-um-mês-de-Maria-e-de-fé, e Agosto-pode-ser-sempre-uma-surpresa-ou-não-fosse-um-mês-meu, e Outubro-pode-ser-ironicamente-especial, e Dezembro-será-Dezembro-ou-não-fosse-este-ano-um 13. E ainda-vou-ser-estapafurdiamente-feliz-no-meu-aeroporto-este-ano-13. E um-ano-que-começa-com-neve-e-lágrimas-só-pode-acabar-com-sorrisos-e-sol. E é por isto que (ainda) me levanto todos os dias. É por isto que ainda acho que vale a pena meter gasolina para fazer os mínimos e continuar o caminho, ainda que na reserva. E é por isto que ainda me arrasto pela estrada desta vida que não escolhi. Nestes momentos penso que ainda tenho de acreditar. Que ainda devo isso a mim própria. E é esse modo que meto na cabeça. E depois ainda tenho outro "às vezes". Às vezes penso que este modo é a maior parvoíce. E sinto-me estupidamente ingénua. E penso que se isto não for verdade (como é mais certo) me sentirei ainda mais defraudada. Ainda mais afundada. E logo depois penso que nada pode ficar como antes. Mas também nada pode ficar como está agora. E já não sei o que pensar.
Penso só que a ironia da vida e todas as leis de "compensação" do Universo farão o seu trabalho. Que o 13 é um número de fé, esperança e impossíveis. Que tudo ficará bem quando acabar bem. E que se não está bem é porque não acabou ainda. Que eu mereço esse (re)começo/final feliz. Nós merecemos. Que assim como tudo se vai tudo se vem. Que terei -teremos- sempre, cada nosso anjo-da-guarda e duas-mais-duas estrelas do céu, e que juntos nos guiarão até ao "acabar bem".
E quero escrever sobre tudo, mas não consigo. Quero destrinçar o sentimento de dor que me invade, quero passar para palavras o que é ver um sonho a desfazer-se como um castelo de cartas, quero escrever sobre a angústia de quem vê tudo cada vez mais longe do alcance. Quero explicar o que é estar perdido como me sinto agora, e não poder fazer nada. Quero falar do sofrimento que isso traz. Quero falar das dores que as lembranças trazem, das feridas que se abrem cada vez que penso que tudo poderia ser diferente. Quero falar da dor que é perder um bocadinho de esperança a cada dia. Quero falar da frustração e da mágoa que ficam. E não consigo. Simplesmente bloqueio. É demasiada dor para suportar. É demasiada incerteza para controlar. É demasiado medo para ter coragem. É demasiado sofrimento para aguentar. É, sobretudo, tudo junto. E já não arranjo palavras. Gastei-as e gastei a energia.
Sinto-me exatamente como uma grávida que só quer que o tempo passe. Estou, eternamente, em "modo espera". Só não sei se algum dia vai chegar aquilo que espero. Até lá, estou em "modo espera". A ver o tempo passar. Só. É o que tenho de fazer. Esperar e deixar acontecer. Isto é, se algo tiver realmente de acontecer. É isto que a vida me impõe, esperar e fazer o esforço de (ainda) acreditar.
Há tanto tempo que não é Natal!!! Ainda ontem estava de gorro vermelho e já passou 1 ano e 3 meses desde que foi Natal a última vez! Que saudades que tenho! Ai, que dor que me dá não imaginar sequer quando poderá voltar a ser Natal! Que dor que me dá não ser possível encontrar o caminho de volta para o calor daquele círculo de luz! Que dor que me dá e ainda ontem estava a abrir o meu armário e a preparar-me para aquele dia 24. Ainda me estou a ver a ir para baixo. A ir para a mesa. Ainda nos vejo a deslindar, sorridentes, fotografias antigas. Ainda vejo a publicidade que dava na televisão. Ainda vejo a mesa e ainda os vejo a eles lá. Ainda sinto tudo em mim como se estivesse a ser agora e por isso dói tanto! Dói infinitamente mais pensar que não há caminho de volta à vista. Dói, sim, infinitamente mais, toda esta desfragmentação. Dói, sempre, infinitamente mais, esta angústia da incerteza, do desnorte, da desorientação. Dói, infinitamente mais, esta sensação esmagadora de perda. Dói. E nenhuma palavra conseguirá algum dia descrever esta dor.
Natal deveria ser uma vez por ano. Natal deveria ser, como diz a publicidade em Dezembro, quando o homem quer. Já não há Natal a sério para mim há mais de um ano. Não sei quando voltará a haver. Tampouco se haverá este ano ou nos que virão. Aquele último foi aquele e tudo o tempo levou.
Perdas. Há uns tempos atrás descobri uma história na internet de uma pessoa que morreu muito nova com leucemia. Não a conheço, não conheço a família, mas como em qualquer história destas, consigo só imaginar a dor de perder alguém assim. Perder alguém já é/deve ser estupidamente doloroso. Perder alguém na flor da idade e ver essa pessoa a ser levada pela doença a cada dia deve ser ainda mais cruel.
E tudo isto me vem a propósito das perdas. Em grande ou pequena escala, pessoas, valores ou coisas, muito ou pouco de nós, todos perdemos sempre qualquer coisa em cada momento. Custe mais ou custe menos, com grande valor ou insignificantes, há sempre algo que se vai.
Perdemos sempre, e cada vez que tentamos não perder perdemos ainda mais, num ciclo sem retorno. Perdemos sempre, e no perder perdemos ainda mais. É inato à condição humana. Perdemos lugares, perdemos sentimentos, perdemos pessoas, perdemos sorrisos, perdemos muito e podemos perder quase tudo. O tudo ou o nada, perdemos sempre alguma coisa. Mais do que nunca sinto isso. E sinto ainda mais profundamente porque sou, e não consigo explicar como nem porquê, estapafurdiamente saudosista. Preciso dos lugares de sempre, preciso das pessoas de sempre, preciso dos amigos de sempre, preciso da base de sempre. Sou daquelas pessoas que agarra e amarra tudo e não consegue largar mais. Talvez isto esteja relacionado com a obsessão que ponho em tudo o que amo. Sou, sem dúvida, obsessiva, e sou daquelas pessoas que obstina, agarra e não larga até conseguir. Talvez por isso não consiga abandonar nada. Pelo menos nada do que é meu. Nada do que me esté na pele. Nada do que tem significado para mim. E por isso tudo o que está a suceder à minha volta me é infinitamente mais doloroso. Eu sou daquelas pessoas que consegue rejeitar tudo, mas mesmo tudo, até encontrar o que realmente quer. Eu sou assim em tudo, até com uma simples peça de roupa. Se é outra coisa que quero, nunca nada vai igualar isso e eu obstino com aquilo que quero. Posso encontrar até muito melhor, mas para mim tudo o que possa aparecer, bem pior ou indubitavelmente melhor, será sempre automaticamente rejeitado. Não sei explicar, mas sempre foi assim que fui.
E é isto tudo junto que me faz sofrer ainda mais. Infinitamente mais. Perdi tudo o que era meu, tudo o que sempre fui, tudo o que sempre tive. Desapareceu o meu mundo. E estou, estarei (sempre?) completamente à deriva. Perdi o mar, perdi-me e perdi o Norte. Perdi tudo, e foi tudo de uma vez só e tão de repente que ainda estou abananada. E não sei o que ou se posso recuperar. Talvez possa recuperar pedaços, talvez não, talvez um dia tudo, talvez não. Mas já perdi. E já tenho todas as feridas de todas as dores. Perder é perder. Perder é isso mesmo. É perder infinitamente na proporção do perder. É a dor daquilo que já não existe ou poderá não existir mais. É a mágoa toda a que fica. É a saudade que mata. É perder à velocidade de quem desfaz um castelo de cartas. É perder até ao fim da linha. Perder é mesmo isso (isto) tudo. É ficar sem um pedaço. Ou às vezes sem o corpo todo, melhor dizendo. E sentir sempre e intrinsecamente a falta dele.
É. Eu quero acreditar, eu quero pensar, eu torço-me e torço a minha alma e o meu pensamento para acreditar que alguma luz há-de aparecer e guiar-nos até ao nosso círculo de luz. Eu faço de tudo e tento. Mas depois são todos os momentos assim. O tempo a (não) passar e tudo a ficar sempre (ainda) pior. Eu quero mas não sei se consigo. E é tão difícil querer acreditar quando não há nada que nos mostre que poderá ser possível. E o medo que eu tenho? E o pânico que me assalta? E tudo junto a dar cabo de mim? E tantas histórias que não acontecem como as pessoas queriam? É tudo tão angustiante que já não sei nada. Resta-me pensar que tenho que me agarrar ao 0.0000001% de esperança que ainda sobra. E fazer tudo, até o pino se preciso for, para que este ínfimo pedacinho de irrisória esperança que ainda cá tenho não seja levado também pela escuridão. É tudo o que resta, e quando nem isso restar já aqui escrevi: raios me partam! E me levem, que não quero contar a história. E é sempre o medo. O medo porque tudo pode correr tão mal, mas tão mal, e de tantas maneiras, que não sobra nada.
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